A grande escultura-monumento de Tomie Othake encravada na ilha da Avenida 23 de Maio, chamada “As Ondas”, foi pichada. Até a morte da Tomie, ninguém havia comentado, mas com a comoção da morte, o fato virou crime. Jornais, comentários nas ruas, todos viram a alteração da forma original como um ataque, um vandalismo, um ato pecaminoso contra a Arte Canônica.
Engraçado ninguém pensar que, quatro alças de concreto coloridas, colocadas num espaço público, isoladas no meio dos carros, tivessem algo a dizer além das intenções da autora, que era, segundo informações oficiais, marcar as gerações de japoneses no Brasil.
Para garotos que ocupam as ruas da cidade noite à dentro, encontrar quarenta metros de concreto colorido no meio do caminho, deve ter sugerido mensagens diferentes das que só os museus poderiam veicular. Mas desta vez, a mensagem dos grandes arcos travaram um diálogo longe da indiferença dos transeuntes, com registro de sua presença na vida de cidadãos, comprovando por restos impressos, uma relação com moradores mais atuantes e interativos.
Crédito da imagem: Paulo Victor Santos
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