No jornal da hora do almoço de hoje, dia 13 de junho de 2015, assisti a um grupo que anunciava o uso de uma galeria de acesso do Centro Cultural São Paulo para ensaiarem dança de rua, o Break. Na entrevista eles pareciam estar inaugurando aquele espaço para seus ensaios. E me lembrei que, três anos atrás, março de 2011, fotografei uma cena muito semelhante, mas mais interessante, porque os protagonistas eram nisseis, sanseis, não seis ….. que me sugeriram o nome do arquivo onde guardei as fotos : “Japas no Break”.
Naquele dia, visitando o Centro Cultural na Vergueiro que gosto tanto, me deparei com aquela cena inesperada e ao mesmo tempo, tão paulistana: um bando de adolescentes descendentes de japoneses, completamente pops, completamente multitudo. E comecei a fotografar sem que eles se incomodassem. E me senti em casa.
Comparei o sentimento com o tempo em que vivi em Florianópolis, quando tive dificuldades em me adaptar, mas não porque a desinformação das pessoas comentavam: “Por ser uma cidade de alemães”. Não! Florianópolis não é uma cidade de alemães! Ela foi colonizada por açorianos, o povo vivente num arquipélago no meio do Atlântico, que os portugueses costumam chamar – maldosamente – de “portugueses de meia-viagem”.
Em Florianópolis mantém uma espécie de nostalgia das antigas colônias de pescadores numa cultura híbrida e única de açorianos com os índios Carijós – povos litorâneos da grande tribo Guarany que, unidos aos pescadores do meio-do-atlântico, criaram uma cultura e uma gastronomia bem simplória e isolada.
Mas não foi o ‘excesso’ de alemães ou de açorianos que me causaram tanto estranhamento na paisagem urbana onde fui morar, mas, a ausência da mistura paulistana. E me dei conta de como minha cidade é múltipla e diversa, somando a presença dos ibéricos e italianos (que trouxeram árabes e judeus em seus traços), somadas às etnias nordestina e japonesa que ocuparam o território, definindo a imagem e o lugar a que chamo Brasil –São Paulo.
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